Fatos Marcantes do dia 7 de maio - Diálogos dos Sentidos

 

Em 7  de março de 1892 nasce em Kunrovic na Croácia,  Josip Braz Tito, Militar revolucionário comunista, presidente da Iugoslávia entre 14 de janeiro de 1953 até 4 de maio de 1980, o dia de sua morte. Um presidente que transformou a Iugoslávia de país pobre a um pais de prosperidade de respeito. Era um ser humano de várias esposas as mulheres, líder partidário movimento de resistência, como ser humano foi Condecorado 119 vezes com prêmios e em 61 nações diferente. Faleceu em Lujubja na Slovenia em 4 de maio de 1980, com problemas sério de circulação .

Em 7 de maio de 1892 nasce no Rio de Janeiro,  Orestes Barbosa, poeta, compositor, foi menino de rua, depois entrou para trabalhar em jornal como revisor. Depois passou a ser repórter, jornalista escritor e compositor de música. Faleceu em 15 de agosto de 1966.
Em 7 de maio de 1919 nasce em Los Toldos,  Eva Peron, cujo o nome de batismo é Maria Eva Duarte de peron  oi uma menina humilde que conheceu Juan Peron num evento dum terremoto, ele se apaixonaram e no ano seguinte el casou com ele. Foi esposa do presidente. Dedicou a ser porta voz, dos trabalhadores, nos sindicatos, lutou pela igualdade feminina e o direito do voto, trabalho com os mais carentes foi considerado uma líder espiritual na Argentina. E após sua morte coube um filme de sua vida. Faleceu em Buenos Ayres em 26 de julho de 1952.
Em 7 de maio de 1925 nasce em Lisboa Luiz José Gomes machado Guerreiro Pacheco, escritor, jornalista, editor, polemista epstológrafo e critico de literatura e comunista português. Falece em Montijo em5 de janeiro de 2008.
Em 7 de maio de 1941 Falece em Cambridge-Reino Unidos,  James George Frazer, antropólogo britânico nascido em 1 de janeiro de 1854, folclorista e estudioso da religião comparada.
Em 7 de maio de 1944 nasce em São Paulo Iara Iavelberg, militante integrante do Movimento 8 de outubro -MR8, marxista, integrante da luta armada contra a ditadura. Psicóloga, professora de uma família judia. Começou na sua militância no movimento estudantil, foi companheira de Lamarca. Faleceu estranhamente na Bahia em 20 de agosto de 1971, segundo consta ela suicidou-se com tiro quando a sua casa estava toda tomada por gás lacrimogênio num operação  chamada de Pajussara. Porém o seu caixão foi lacrado com proibição expressa que fosse aberto. E sua mãe se suicidou-se um mês depois. Uma das páginas triste de nossa história brasileira.



Em7 de maio de 1947 - O Partido comunista Brasileiro -PCB teve o seu registro cassado após intensa batalha judicial. Em plena guerra fria. E os partidários do Partidão lançou o Manifesto pregando a derrubada imediata do governo Dutra, considerado anti-democrático, de traição nacional e a serviço do imperialismo estadunidense.
Em 7 de maio de 1947 É fechada oficialmente poleo Goven do General Dutra a Confederação dos Trabalhadores do Brasil -CTB, mas os trabalhadores reagem radical, organizando associações em substituindo os sindicatos controlados pelo Ministério do Trabalho.
Em 7 de maio de 1952 nasce Conselheiro Pena-MG, Fernando Mendes, cantor brasileiro
Em 7 de maio de 1958 nasce em São Paulo Zuleide Santos Silva, a cantora Lady Zu.
Em 7 de maio de 1969 falece em Lisboa, Manuel Joaquim Mendes, escritor e ativista politico do Movimento da Unidade Democrática - MUD, professor de história, e filosofia. Foi detido pela PIDE, a policia politica de Salazar, após a sua morte recebeu o grau de Grande oficial da ordem da Liberdade.
Em 7 de maio de 1973 falece Merival Araujo, militante da Ação Libertadora Nacional - ALN, torturado e assassinado pelo DOI/CODI no Rio de Janeiro.

Em 7 de maio de 1975 nasce em Saint Pancras no Reino Unido,  Martina Topley -Bird cantora britânica.
Em 7 de maio de 1977  nasce em São Paulo, Pathy Dejesus, atriz, apresentadora, DJ e modelo brasileira.

Em 7 de maio de 1986 Falece Gaston Defferre, socialista francês nascido em 14 de setembro de 1910, foi advogado membro da secção francesa da Internacional dos Trabalhadores SFIO. membro do Brutus resistência Socialista. Foi bastante criticado pelo partido Comunista Francês por sua atuação no Senado. Foi também Ministro de Miterrant e prefeito de Marselha.
Em 7 de maio de 1986 - III Congresso extraordinário do Movimento Popular de Libertação de Angola -MPLA realizado em Angola.
Em 7 de maio de maio de 1990 falece no Rio de Janeiro, Eliseth Moreira Cardoso, cantora brasileira nascida em 16 de julho de 1920. Foi conhecida como a Divina da música popular Brasileira.

Em 7 de maio de 1993 - Hassan Gouled Aptidon, foi reeleito como presidente do Djbouti, ele que foi presidente de 27/06/1977 até 8 de maio de 1999. ele que nasceu em 15 de outubro de 1916 e faleceu em 21 de novembro d 2006

Em 7 de maio de 1999 - João Bernardo ou Nino Vieira ou Kobi Nafont Chamna Gcoisse foi derrubado da presidência de Guiné Bissau. Indo para o Exílio e volta depois em 2005 candidata-se vence as eleições e é morto por seus guarda costa em 2009.
Em 7 de maio de 2000 - O jornal Folha de São Paulo traz a publicação do texto Ser Negro no Brasil hoje de Milton Santos.


Ética enviesada da sociedade branca desvia enfrentamento do problema negro
Ser negro no Brasil hoje

por Milton Santos

Há uma frequente indagação sobre como é ser negro em outros lugares, forma de perguntar, também, se isso é diferente de ser negro no Brasil. As peripécias da vida levaram-nos a viver em quatro continentes, Europa, Américas, África e Ásia, seja como quase transeunte, isto é, conferencista, seja como orador, na qualidade de professor e pesquisador. Desse modo, tivemos a experiência de ser negro em diversos países e de constatar algumas das manifestações dos choques culturais correspondentes. Cada uma dessas vivências foi diferente de qualquer outra, e todas elas diversas da própria experiência brasileira. As realidades não são as mesmas. Aqui, o fato de que o trabalho do negro tenha sido, desde os inícios da história econômica, essencial à manutenção do bem-estar das classes dominantes deu-lhe um papel central na gestação e perpetuação de uma ética conservadora e desigualitária. Os interesses cristalizados produziram convicções escravocratas arraigadas e mantêm estereótipos que ultrapassam os limites do simbólico e têm incidência sobre os demais aspectos das relações sociais. Por isso, talvez ironicamente, a ascensão, por menor que seja, dos negros na escala social sempre deu lugar a expressões veladas ou ostensivas de ressentimentos (paradoxalmente contra as vítimas). Ao mesmo tempo, a opinião pública foi, por cinco séculos, treinada para desdenhar e, mesmo, não tolerar manifestações de inconformidade, vistas como um injustificável complexo de inferioridade, já que o Brasil, segundo a doutrina oficial, jamais acolhera nenhuma forma de discriminação ou preconceito.

500 anos de culpa
Agora, chega o ano 2000 e a necessidade de celebrar conjuntamente a construção unitária da nação. Então é ao menos preciso renovar o discurso nacional racialista. Moral da história: 500 anos de culpa, 1 ano de desculpa. Mas as desculpas vêm apenas de um ator histórico do jogo do poder, a Igreja Católica! O próprio presidente da República considera-se quitado porque nomeou um bravo general negro para a sua Casa Militar e uma notável mulher negra para a sua Casa Cultural. Ele se esqueceu de que falta nomear todos os negros para a grande Casa Brasileira. Por enquanto, para o ministro da Educação, basta que continuem a frequentar as piores escolas e, para o ministro da Justiça, é suficiente manter reservas negras como se criam reservas indígenas. A questão não é tratada eticamente. Faltam muitas coisas para ultrapassar o palavrório retórico e os gestos cerimoniais e alcançar uma ação política consequente. Ou os negros deverão esperar mais outro século para obter o direito a uma participação plena na vida nacional? Que outras reflexões podem ser feitas, quando se aproxima o aniversário da Abolição da Escravatura, uma dessas datas nas quais os negros brasileiros são autorizados a fazer, de forma pública, mas quase solitária, sua catarse anual?

Hipocrisia permanente
No caso do Brasil, a marca predominante é a ambivalência com que a sociedade branca dominante reage, quando o tema é a existência, no país, de um problema negro. Essa equivocação é, também, duplicidade e pode ser resumida no pensamento de autores como Florestan Fernandes e Octavio Ianni, para quem, entre nós, feio não é ter preconceito de cor, mas manifestá-lo. Desse modo, toda discussão ou enfrentamento do problema torna-se uma situação escorregadia, sobretudo quando o problema social e moral é substituído por referências ao dicionário. Veja-se o tempo politicamente jogado fora nas discussões semânticas sobre o que é preconceito, discriminação, racismo e quejandos, com os inevitáveis apelos à comparação com os norte-americanos e europeus. Às vezes, até parece que o essencial é fugir à questão verdadeira: ser negro no Brasil o que é? Talvez seja esse um dos traços marcantes dessa problemática: a hipocrisia permanente, resultado de uma ordem racial cuja definição é, desde a base, viciada. Ser negro no Brasil é frequentemente ser objeto de um olhar vesgo e ambíguo. Essa ambiguidade marca a convivência cotidiana, influi sobre o debate acadêmico e o discurso individualmente repetido é, também, utilizado por governos, partidos e instituições. Tais refrões cansativos tornam-se irritantes, sobretudo para os que nele se encontram como parte ativa, não apenas como testemunha. Há, sempre, o risco de cair na armadilha da emoção desbragada e não tratar do assunto de maneira adequada e sistêmica.

Marcas visíveis
Que fazer? Cremos que a discussão desse problema poderia partir de três dados de base: a corporeidade, a individualidade e a cidadania. A corporeidade implica dados objetivos, ainda que sua interpretação possa ser subjetiva; a individualidade inclui dados subjetivos, ainda que possa ser discutida objetivamente. Com a verdadeira cidadania, cada qual é o igual de todos os outros e a força do indivíduo, seja ele quem for, iguala-se à força do Estado ou de outra qualquer forma de poder: a cidadania define-se teoricamente por franquias políticas, de que se pode efetivamente dispor, acima e além da corporeidade e da individualidade, mas, na prática brasileira, ela se exerce em função da posição relativa de cada um na esfera social.
Costuma-se dizer que uma diferença entre os Estados Unidos e o Brasil é que lá existe uma linha de cor e aqui não. Em si mesma, essa distinção é pouco mais do que alegórica, pois não podemos aqui inventar essa famosa linha de cor. Mas a verdade é que, no caso brasileiro, o corpo da pessoa também se impõe como uma marca visível e é frequente privilegiar a aparência como condição primeira de objetivação e de julgamento, criando uma linha demarcatória, que identifica e separa, a despeito das pretensões de individualidade e de cidadania do outro. Então, a própria subjetividade e a dos demais esbarram no dado ostensivo da corporeidade cuja avaliação, no entanto, é preconceituosa.
A individualidade é uma conquista demorada e sofrida, formada de heranças e aquisições culturais, de atitudes aprendidas e inventadas e de formas de agir e de reagir, uma construção que, ao mesmo tempo, é social, emocional e intelectual, mas constitui um patrimônio privado, cujo valor intrínseco não muda a avaliação extrínseca, nem a valoração objetiva da pessoa, diante de outro olhar. No Brasil, onde a cidadania é, geralmente, mutilada, o caso dos negros é emblemático. Os interesses cristalizados, que produziram convicções escravocratas arraigadas, mantêm os estereótipos, que não ficam no limite do simbólico, incidindo sobre os demais aspectos das relações sociais. Na esfera pública, o corpo acaba por ter um peso maior do que o espírito na formação da socialidade e da sociabilidade.
Peço desculpas pela deriva autobiográfica. Mas quantas vezes tive, sobretudo neste ano de comemorações, de vigorosamente recusar a participação em atos públicos e programas de mídia ao sentir que o objetivo do produtor de eventos era a utilização do meu corpo como negro -imagem fácil- e não as minhas aquisições intelectuais, após uma vida longa e produtiva. Sem dúvida, o homem é o seu corpo, a sua consciência, a sua socialidade, o que inclui sua cidadania. Mas a conquista, por cada um, da consciência não suprime a realidade social de seu corpo nem lhe amplia a efetividade da cidadania. Talvez seja essa uma das razões pelas quais, no Brasil, o debate sobre os negros é prisioneiro de uma ética enviesada. E esta seria mais uma manifestação da ambiguidade a que já nos referimos, cuja primeira consequência é esvaziar o debate de sua gravidade e de seu conteúdo nacional.

Olhar enviesado
Enfrentar a questão seria, então, em primeiro lugar, criar a possibilidade de reequacioná-la diante da opinião, e aqui entra o papel da escola e, também, certamente, muito mais, o papel frequentemente negativo da mídia, conduzida a tudo transformar em "faits-divers", em lugar de aprofundar as análises. A coisa fica pior com a preferência atual pelos chamados temas de comportamento, o que limita, ainda mais, o enfrentamento do tema no seu âmago. E há, também, a displicência deliberada dos governos e partidos, no geral desinteressados do problema, tratado muito mais em termos eleitorais que propriamente em termos políticos. Desse modo, o assunto é empurrado para um amanhã que nunca chega.
Ser negro no Brasil é, pois, com frequência, ser objeto de um olhar enviesado. A chamada boa sociedade parece considerar que há um lugar predeterminado, lá em baixo, para os negros e assim tranquilamente se comporta. Logo, tanto é incômodo haver permanecido na base da pirâmide social quanto haver "subido na vida".
Pode-se dizer, como fazem os que se deliciam com jogos de palavras, que aqui não há racismo (à moda sul-africana ou americana) ou preconceito ou discriminação, mas não se pode esconder que há diferenças sociais e econômicas estruturais e seculares, para as quais não se buscam remédios. A naturalidade com que os responsáveis encaram tais situações é indecente, mas raramente é adjetivada dessa maneira. Trata-se, na realidade, de uma forma do apartheid à brasileira, contra a qual é urgente reagir se realmente desejamos integrar a sociedade brasileira de modo que, num futuro próximo, ser negro no Brasil seja, também, ser plenamente brasileiro no Brasil.


Milton Santos é geógrafo, professor emérito da Faculdade de Filosofia, Letras e Ciências Humanas da USP e autor de, entre outros, "Espaço do Cidadão" (Ed. Nobel), "Pensando o Espaço do Homem" (Ed. Hucitec). Ele escreve regularmente na seção "Brasil 501 d.C.", do Mais!.



Em 7 de maio de 2007 foi instaurado o Parlamento do Mercosul.
Em 7 de maio de 2010 - A Revista Sciencie publicou o genoma do neandertal com provas do cruzamento do homem de neandental com os humanos.
Em 7 de maio de 2020 - Após uma liminar o Supremo Tribunal Federal - STF decide manter a suspensão do parecer da Advocacia da Geral da União - AGU, que vem sendo usada para barrar e anular a demarcação de terras indígenas. Esse parecer é de 2017 ainda no governo de Dr. Michel Temer e é um parecer que inviabiliza, retarda, reverte a demarcação das terras indígenas. e em 2018 foram pelo menos 27 processos devolvidos para a FUNAI, que também já deixou de defender comunidades indígenas. (dados do Conselho Indigenista Missionário -CIMI).




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