Crônica - A morte da rainha Shywe Montfomby Olamini Zulu - Manoel Messias Pereira

 


A morte da rainha Shywe Montfomby Olamini Zulu

Falece a rainha Shywe Montfomby Olamini Zulu, a sua majestade representante do povo Zulu, neste dia 2 de maio de 2021. Conforme informou o primeiro ministro Mongousuthu Buthelezi, a agencia de notícia Reuters.

E com profundo sentimentos que nós afrodescendentes, em todo o mundo e principalmente no Brasil que temos um forte movimento negro e com laços históricos de suma importância na formação de toda a comunidade afrodescendentes, sentimo-nos pelo inesperado anuncio fúnebre.

A rainha Shywe Zulu era a terceira esposa de Zwelithini Dlamini-Zulu, tinha 65 anos e detinha o título de grande rainha. Estatuto determinada pelo dote.

Era irmã do rei Mswati III, tendo sido eleita quando a família estava num período de luto de três meses antes que o próximo monarca fosse nomeado.

Talvez no Brasil a imprensa terá um jeito de não lembrar ou talvez não dar importância pois trata-se de africanos, e assim como fazem com os afros descendentes que foram escravizados na América e no Brasil e até hoje são sub julgados e discriminados com muito desrespeitos. Não teremos a divulgação deste fato nos grande joranis e nem talvez na televisão. Porém nos meios estudantis e educacionais, talvez sim, uma vez que no Brasil possui uma Lei de n.10693/2003 e 11645 de 10 de março de 2008 é fundamental essa abordagem histórica, geográfica, sociológica, sobre esse passamento.

Pois  etnicamente o povo zulu, são povos africanos, que hoje residem em áreas como África do Sul, Lesoto, Essuatíni, Zimbabwe e Moçambique. Porém a província sul Africana KwaZulu Natal é considerada a Pátria Original. Era um povo nômade. Porém viris rebeldes, que não aceitou passivamente a colonização, sejam dos britânicos, dos boéres, dos portugueses tanto na época colonial , quanto na época neocolonial em que estavam com o desdobramento imperialista politico e econômico.

O que sabemos hoje é que eles tem um poder politico limitado restrito, porém se observarmos os dados de 1995 vemos que são exatamente 8.778.000 e correspondem a 22.4% das pessoas que residem nestes locais, segundo os dados da Revista Economic.

O clã dos Zulus foi fundado por Kantombhela. Em 1816 formaram um poderoso estado sob a liderança de Shaka.

O que temos que considerar é que em 1885 durante a Conferencia de Berlim a África foi retalhada dividida por europeus, que estabeleceram que os zulus estariam no norte da África na região Centro Africana. E há também outros grupos étnicos que os livros de história em todos os níveis da educação básica e superior no Brasil nunca citaram. E provavelmente não há neste país nenhum estudos sobre eles. Estive conversando com um professor que fazia doutorado em Lisboa e ele me disse que havia identificado mil culturas no Continente africano e que era impossível dizer que se conhece todas as culturas e todas as línguas nativas.

Em relação a língua oficial dos zulus encontrei na internet que é o isisZulu e em sua língua chamam a amaZulu. Mas há várias línguas originarias de autóctones regionais. E uma língua bantu originaria deste povo é falada em Joanesburgo, no Zimbabwe em Moçambique e Zâmbia.

Eram povos nômades e foi no período do século XVIII que começaram a ideia de conflito por propriedade um conceito que foi introduzido pelo europeus, como a posse da terra. E com a ideia do ser em locais fixo expandiu a ideia de o espaço suficiente para o processo agrícola. E vale até lembrar dos povos que estavam próximo da Cordilheira Drakensberg onde haviam nascentes de rios e ali três grupos se formaram, com culturas diferentes porém inicialmente conviviam pacificamente. Porém a cultura mudou e houve uma fragmentação que aconselho os antropólogos iniciar por ali seus estudos.

Outro ponto interessante deste povo são as danças e entre ela, 1) a Ingoma (isizingilli) participação de homens e mulheres sem a presença de instrumentos representando a veracidade do ser masculino e a fertilidade feminina.

Ou do 2) Ingoma (isishomew) que também tem a participação de ambos os sexos com harmonia de cantos enquanto as mulheres danças os homens batem palma.

3)Indiamu - apresenta um ritmo frenético é dançado somente por homens trajados com pele de animais e escudos e representa os zulus guerreiros.

4)Invunulos, apenas um participante pode ser um homem ou uma mulher a intenção é exibir o traje tradicional. (Como se fosse um desfile de passarela).

5)Isicalhamyia - chama atenção pois trata de assuntos contemporâneos de melodias antigas. Os homens dançam com chocalhos nos pés e cantam sobre assuntos de trabalhadores, de imigrantes sobre a proliferação de doenças como HIV e crimes.

As danças zulus e assim como os festivais são geralmente acompanhados com o chamado Festiva de virgindade e usados por governos como atração turísticas.

Em relação a religião acreditam num espirito ancestral que interfere na vida de todos e numa mitologia interessante sobre o surgimento da Terra, numa neblina densa d que não se podia ver o sol e a lua. É importante estudar toda a cultura antropológica destes e de outros povos.

Entre o ex-presidente da África do Sul,  encontramos o Senhor Jacob Zuma que  é de origem étnica zulu. Ele que acabou abandonando o seu mandato como presidente daquele país.

  Hoje é um dia em que parte da cultura zulu e de outras etnias  por sinal de respeito,  prestam  as suas últimas homenagens  a rainha Shywe Montfombi Olamini Zulu. E a todos os seus descendentes familiares e  étnicos e a todo o movimento negro africano e afrodescendentes seguem  os mais respeitosos sentimentos de pesar.


Manoel Messias Pereira

professor de história, cronista

São José do Rio Preto- SP. Brasil



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