Artigo - O medo de Jiddu Krishnamurti - Manoel Messias Pereira

 




Em11 de maio de 1895 nasceu em Madanapalle na India Jiddu Krishnamurti, filósofo, educador indiano que ficou famosos por suas palestras que tens um fundo a filosofia de todas as religiões. 

Ele acompanhou seu pai Jiddu Narianiah que conquistara o emprego de assistente na Sociedade Teosófica. E seu pai era graduado na Universidade de Madrasta e foi um funcionário encarregado da receita dos inglesa e alcançou uma posição como coletor de renda e magistrado do distrito.

O seu nome foi dado segundo a tradição ortodoxa hindu, como ficamos sabendo ele veio de uma família brahmânica e ele como oitavo filho nome é uma homenagem a Sri Krishna que também foi o oitavo filho e seu complemento Jiddu pela a família de seu pai.

Na sua adolescência conheceu os ocultistas da Sociedade Teosófica, principalmente Charles Webster Leadbeater em Adyar, Madras e foi criado sob a tutela de Annie Besant e Leadbeder,que acreditavam que ele seriam  um instrutor do mundo como esperavam dele. Porém ele rejeita isso e essa ideia e dissolve a Ordem da Estrela do Oriente. E portanto declarou que não era um guaia espiritual e que não tinha discípulo. E dizia sempre que havia a necessidade de uma urgente mudança e essa precisa acontecer numa mudança de consciência. Escreveu aproximadamente 36 livro e fez palestras pelo mundo.

Porém o engraçado foi como eu cheguei até esse autor. Um dia vinha pela Avenida Murchid Homsi, em São José do Rio Preto -SP  cidade em que nasci e reisdo até hoje, e encontrei um conjunto de livros, jogados na calçada ente os quais recolhi os três livros filosóficos, que foi Lições de ocultismo de Francisco Valdomiro Lorenzs, outro livro foi de Filosofia Vendantas dos hindus Sicâmi Vicekânanda e Abhedânanda, discípulos de Bhagavân Râmakrishna, o Cristo da India moderna, e por fim o Livro o Despertar da Sensibilidade de Jiddu Krishinamurti.

Procurei saber depois porque naquela calçada havia esses livros jogados com  e juntamente outras obras que tratavam de ocultismo. E fiquei sabendo mais tarde que esses livros pertenceram a uma senhora chamada dona Aparecida e que fora portadora de um terreiro chamado "A pedreira de Xangô".

Buscando na memória recordo que meus parentes falavam desta senhora e até foram em rituais festivos no seu terreiro que ficava na Nova Redentora bem próximo onde hoje existe um Hotel "Ubbis". E cheguei a ir numa festa também neste local, logo que a cidade cresceu. Já no final da vida desta senhora e do terreiro. E que descobri que essa senhora fez a doação da estátua da mãe preta a cidade  de São José do Rio Preto -SP e que deveria ser instalada numa praça da Rua Bernardino de Campos.

Busquei na Câmara Municipal o vereador Jean Charles, juntamente com o seu gabinete sobre esse assunto e descobri que isto se confirmou e inclusive o seu assessor, mostrou-me um documento assinado pelo então prefeito da época Dr. Lotf João Bassit, sobre o recebimento da estátua. E essa estatuada mãe preta nunca foi instalada. E desapareceu.

Procurei no Arquivo Municipal, ninguém soube explicar aonde foi parar o patrimônio doado pela instituição "Pedreira de Xangô", ao município de São José do Rio Preto -SP, procurei nos arquivos, perguntei no Conselho Afro e por que disto. Pois como membro da Comunidade afro brasileira e do movimento negro de São José do Rio Preto, recordo que o Sr. Aristides dos Santos sempre tratava de dizer  que precisaria ter uma homenagem a mulher negra que tanto alimentou crianças que não fora de seu bendito fruto. E ele até dizia se fosse para instalar uma obra arquitetônica desta seria na Swift, como um resgate a memória de tantos negros que ali trabalharam e que morreram no passado, ali mesmo.

Porém voltando a obra de Krishnamurti, destaco deste livro encontrado o texto "O Medo" ele fala numa palestra sobre como ficar livre do medo, dizendo que deseja não apenas examiná-lo verbalmente, mas também ultrapassar a palavra, indagar não verbalmente se há alguma possibilidade de ficarmos totalmente livres do medo. Tanto o medo biológico e filosófico, como o medo psicológico.

E ele afirma que para a maioria de nós, a palavra tem papel muito importante. Somos escravos da palavra. Nosso pensar é verbal, e sem palavra dificilmente pensamos. Mas há talvez uma maneira não verbal de pensar, mas , para se compreender não verbal, temos de ficar livre da palavra, dos símbolo, do pensamento verbal. Entretanto para quase todos nós a palavra , o símbolo tem extraordinária influência em nossa vida. Pois a mente é escrava das palavras. E para entrar nestas questões do medo temos  não só compreender o significado das palavras, mas também se possível, mas também libertar a mente d palavra, a fim de podermos compreender profundamente o significado do medo.

E para essa compreensão torna-se necessário o senso de humildade, mas não como virtude. A humidade não é virtude mas um estado de ser:  ou sois humildes ou não sois. Ela não pode ser adquirida, nem cultivada, não podeis ser vaidoso e cobrir vossa vaidade com a capa da humildade - como procura fazer a maioria de nós. Vamos aprender a respeito do medo, e sua extraordinária importância para em nossas vidas seu negror e seus perigos, temos de investigá-lo. Por consequinte, é indisposável aquele estado de humildade destemerosa, humildade não premiada e não buscada.

Para quase todos nós, virtude é meramente uma coisa que cultivamos como meio de resistencia ás exigências de nossos desejos e também às exigencia de uma certa sociedade, a que por acaso pertencemos. Mas a virtude é algo que não está contido na esfera do tempo. Não pode ser acumulada, não pode ser cultivada. Ela é por exemplo ser bom e não se tornar bom. Essas duas coisas são completamente diferentes. Florescer na bondade é muito diferente de tornar-se bom. Tornar-se bom é um meio de conquistar uma recompensa, evitar um punição, ou de levantar uma resistência nisso, não há florescimento.

E por fim com esses fragmentos  colhidos de sua palestras obre o medo ele afirma que a mente está bem consciente de tudo que se relaciona com o medo, não interessa pelo passado mas, quando o passado se apresenta, sabe o que tem de fazer, sem dele se servir como um degrau para o futuro. Essa mente por conseguinte, esta vivendo no presente ativo e, portanto, compreende cada movimento de pensamento, de sentimento, de medo, logo que se manifesta. Muito há que se aprender. Não há fim ao aprender. Por conseguinte , não há nele medo, de desespero, de ansiedade. Devei entranhar-vos disso completamente, para que nunca vos vejais  envolvido nas coisas que foram feitas no passado ou que será feita no futuro, envolvido no tempo com o pensamento. Só a mente que se esgotou de tudo desse medo, pode estar vazia. Neste estado de vazio pode se compreender o que é supremo, o que não tem nome..

E depois disto vem a  palestra que fala da paixão sem motivo e o desejo. E o meu desejo de contar essa história que teve no passado uma procura para o presente, que procurei falar do futuro. Mas encontrei esse livro na calçada. Como dizia Krishnamurti não como guia espiritual, não como mentor da ordem das estrelas. Para ele a verdade é apenas a terra sem caminho. e o ser humano não pode dirigi-la por intermédio de organizações ou de nenhum credo. É preciso encontrar através do espelho do relacionamento. Através da compreensão dos contudos, por meio da sua observação. 

E isto se me cabe lembrar João Cesar Costa o radialista amigo, que fizemos rádio juntos e sempre repetia essas frases, do espelho do relacionamento, de sua longa e solitária caminhada para o bom convívio das pessoas. Ele um dia partiu assistindo o jogo do time do Coração o Santos Futebol Club, o mesmo Santos que nutri os meus mais fervorosos momentos de euforia. O coração do João não resistiu.

 Ah em relação a Krishnamurti, ele também parte deste mundo aos 90 anos em 17 de fevereiro de 1986 ele também deixou essa existência  vitima de um câncer. Assim como todos que parte e fica apenas a recordação ou talvez os livros filosófico jogados numa calçada da vida. Porém existe almas que recolhem- os, como se fossem flores da primavera para uma boa reflexão e sem medo.  Abraços a todos.


Manoel Messias Pereira

professor, cronista e poeta

São José do Rio Preto -SP. Brasil



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