Crônica - pequenas lembranças escolares - Manoel Messias Pereira

 




Pequenas lembrança escolares


Quando entre na escola eu observei que as matérias ou as disciplinas tinham nomes que foram mudando com o tempo. E isto chamavam a atenção. Recordo que usava um caderno pequeno de brochura, que era o caderno de todas as anotações. Depois tínhamos o caderno de desenho pequeno que confesso que nunca usei e depois o caderno de linguagem, 

O caderno de linguagem era para acomodar as lições de língua portuguesa. Mas recordo que ninguém falava sobre "língua portuguesa" e sim linguagem. Passando alguns anos passaram a chamar o caderno de Língua pátria. É bem estranho esse nome.

Por que língua Pátria é estranho pois remete a ideia dos malucos integralistas, os galinhas verdes. Aquele povo doido que desejava ter a língua tupi guarani como a língua do Brasil. Ou seja loucura total. E sempre brincava num diálogo comigo mesmo e se eles conseguissem. Como iríamos encontrar doutores da língua pátria nas tribos?

Por fim as anotações que ia no caderno de linguagem, que era disciplina virou língua pátria e depois língua portuguesa. É melhor a gente fala isto. Embora falamos e talvez até escrevemos errados. Nunca esqueço que quando aprendia os verbos, as colocações adverbiais, os pronomes. Fiquei apavorado e perguntei um dia para uma professora, aonde eu vou usar isto? E ela disse na vida. Eu indaguei na vida qual pois essa todo mundo fala errado. Eu vou ter que morrer e nascer de novo, como dizem os espíritas reencarnar. Ave Maria.

Outra coisa é que perguntei a outra professora se falava uma o outra alavra correta como . Ela disse observa as pessoas adultas falando eu observei na minha casa e perguntava-me que adulto? Enfim pensava essa mulher deve ter miolo mole.

Ia no boteco comprar umas paçoca tentava usar o verbo conforme aprendi na escola todo mundo ria. Tentava falar como a minha vó uma usando as expressões dela. Nossa eles davam gargalhadas. É isto me apavorou.

Ah1 em relação a matemática não chamava matemática. A disciplina era aritmética. Talvez hoje um professor de matemática vai observar escrevendo isto e vai dizer esse é um ignorante. Pode ser mas a disciplina chamava aritmética. Todas as contas devia ser feita  lápis. E nas provas do segundo ano  devíamos fazer tudo a lápis depois passar a tinta. E quando a tinta caia na folha para não borrar tinha que ter o mata borrão que borrava mais ainda. Uma doidura. Recordo que foi na quarta série que tinha uma professora bem neo nazista que dizia é o mundo é eito a base da matemática ai que vi fortalecer essa expressão.

E digo que era neo-nazista, por que eu tirava nota máxima e fiquei fazendo isto seis meses e ela dizendo como? Mas você é negro? E eu dizia comigo sorrindo por dentro e dai? E os negros são inferiores. Eu pensava tonta. Bem ela suicidou em 1968. Foi com a tontisse dela para o céu ou para o inferno deixa para lá.

Outra coisa que via era as aulas de ciências. até a quarta série tudo bem. Quando passei no vestibulinho nas aulas de admissão fui para o ginasial teve uma época que a história foi a matéria ou a disciplina, tinha uma professora dona Marlene que queria tubo de ensaio, usar álcool , fogo achava tudo surrealista. E resolvi desenha num caderninho de desenho do meu jeito. E quando ela dizia você não fez a experiência x ou y eu dizia faz uma chamada oral para mim. E quando ela fazia eu tirava dez. Até que ela passou a dizer que assim não valia. Nunca liguei eu já tinha aprendido a matéria.

  Lembro da Neusa Ramos um show. Só não gostou quando resolvi escrever sobre a hectombe da fé. Ela disse você não prova. Pois isto não está no nosso livro na Escola. Eu afirmei mas está no livro na minha casa,  Era o livro do João Ribeiro História do Brasil para o curso superior, que só existia um exemplar na Biblioteca Municipal . Mas ganhei esse livro de um senhor que era sapateiro e que virou oficial de justiça e que morava perto da escola. E outra coisa foi uma  critica que no primeiro ginasial fiz sobre  os trabalhos dos jesuítas e apresentando uma outra versão da escola que ela não gostou. Mas no final da vida fomos grandes amigos. Ela até me elogiava que escrevia sobre história citava o livro sem ter nada nas mãos e ela perguntava como você faz isso . Eu respondia lendo, já li sobre isto. E depois tive outro professor que encontrava sempre na biblioteca. Seu Lourenço, achava uma graça e vi que alunos fazia muita maldade com ele que tinha um "gordine" e a malocada ou seja os moleques da época empurrava no buraco. Da última vez que vi foi na Biblioteca, recordo que  dei um livro de poesia a ele fiz questão.

Em relação a ciência já no colegial dizia da biologia era que entendia. Porem era uma matéria estranha, a professora gostava de alar sobre peixe. Tive somente seis meses de colegial e abandonei a escola. E quando lia essa matéria era  história natural. Mas tudo bem li um artigo da Unesp do Senhor Mario Rubens Guimarães Montenegro que escreveu  que a biologia era um ciência nova e que o significado era natureza viva. Fiquei muito tempo tentando me encontrar até que alguém me disse é o estuda da vida. e o professor Montenegro da Unesp/Ibilce, fala no seu artigo que Descartes , o Leibnitz ou Emmanuel Kant escreveram sobre a filosofia da ciência e que a biologia não existia mas já se conhecia vários de seus ramos.

Quanto a Emanuel Kant só vi falar dele na faculdade, pois somente lá vi filosofia. Só que trabalha durante o dia, fazia música, ensaiava numa orquestra e estudava a noite. Tinha muitas amigas que ia em casa e dizia olha estão alando de Kant, você não vai saber nada. E essa amiga que ui depois professor particular de um filho dela ficou sem saber que fiz proa e participei da aula falando sobre Kant. E eu disse lendo, eu tenho a coleção dos filósofos em casa e tudo o que o professor tenta fazer é organizar o estudo. E eu apenas estudo. E com detalhe sou um belo desorganizado. quem me conhece sabe disto.

Já tal de física, nunca tive aula disto, química tive algumas aulas nunca entendi nada. Recordo de um professor que ficava fumando um cigarro fedorento e se reclamassem  dizia para procura um professor  particular. Não falo o nome dele pois era muito famoso e tem até nome de rua na cidade de são José do Rio Preto com o sobre nome dele. Hoje tá no ceu ou em minhas lembrança. Acho isto ou outra coisa, mas não vou revelar.

É tudo muda os nome mudam as pessoas. Um dia mudaram os nome s do partidos mas eu continuei fiel ao mesmo. UDN, PTB, P não sei o que só sei  do. Porém eu continuo ontem hoje e sempre PCB, partidão o amis antigo do Brasil.

 Pois é isso mesmo. é um local onde estudamos temos linha de pensamentos, temos sequências, temos ajuda mútua. e respeito por todos e grito de guerra. Já calamos quando precisávamos preservar a vida e falamos quando precisavam manter a vida. É o Brasil é tradicionalmente um país que adora ficar de quatro para os Estados Unidos mas essa talvez seja a sina dos fracos. Ah quando a tal de Pátria, da língua pátria, eu quero mátria eu quero frátia. O conceito que aprendi desta palavra não se parece nada conosco. Aqui penso que estamos é num conjunto de seres em diversidade reunidos na mesma terra. e cada um na sua tribo ideológica, no seu buraco, no seu rock and roll. Quanto aos sentimentos prefiro também não opinar.


Manoel Messias Pereira

professor e cronista

São José do Rio Preto-SP.-Brasil




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