O refletir sobre o pensar de António Gramsci
Em 27 de abril de 1937 faleceu em Roma António Francesco Gramsci, um pensador marxista, crítico de artes, jornalista italiano, que escreveu sobre política, sobre sociologia e linguística. E durante o regime fascista de Benito Mussolini ficou um bom tempo encarcerado. E juntamente com Palmiro Togliatti fundaram o L'Ordine Novo e contribuiu para a Citta futura. Traduzindo para o português "A Renovação e a nova Cidade".
E António Gramsci, juntamente com Amadeo Bordiga em 21 de janeiro de 1921 fizeram surgir o Partido comunista Italiano, ambos de uma cisão do Partido Socialista Italiano - PSI, abandonaram o Teatro Goldoni em Livorno, local em que realizava o XVII Congresso Socialista, convocando o Congresso Costitutivo do novo Partido, no Teatro San Marco.
Os primeiros anos do partido o Partido girou em torno de Amadeu Bordiga e o partido inspirou-se muito nos comunistas russos, que sempre cumpriu honrosamente o seu papel de dirigente político da classe operária.
A literatura básica de todos os partidos comunistas sobre a teoria e a pratica da construção do partido são obras dos fundadores do comunismo científico e o continuador genial de sua causa e fundador do Partido comunista da União Soviética o Vladimir Ilitch Ulianov..
Porém os escritos de António Gramsci, permitiram ao mundo marxista pensar e estabelecer diversas obras literária de cunho sociológica, entre as quais "Gramsci e o Conceito de Hegemonia" escrito no Brasil por Ricardo Costa em 2011, Editado pelo Instituto do ICP -Instituto Caio Prado Jr. E outro destaque é a Revista Cult de n.222, lançada em abril de 2017, que traz o texto de Alvaro Bianchi num artigo intitulado "Um Sardo no Mundo Grande e Terrível", além dos outros textos como "Um retrato de Lívio Abramo, que é um texto de Daniela Mussi e Álvaro Bianchi e temos também o texto "Cultura e Revolução de Guido Liguri, E o olhar móvel e Ingênuo da hegemonia de Daniela Mussi e por fim o texto António Gramsci e a Linguística de Giancarlo Schirrù. Portanto são inúmeros os textos que traz a tona o olhar a visão de António Gramsci.
Estes artigos e outros assim como diversos livros produzidos, são importantes contribuições deixados para a posteridade. Ninguém deixou de observar de ler e estudar a obra a escrita deste filho de Sardenha, nascido em Ales em 22 de janeiro de 1891 num ambiente paupérrimo. e Faleceu em 27 de abril de 1937 em Roma -Itália.
O que destaco na obra de Ricardo Costa é a ideia do intelectual orgânico. E que consta na pagina 64 " O partido como Intelectual orgânico" "Na luta hegemônica, o partido politico é, para Gramsci o organismo social responsável pela organização da ampla reforma intelectual e moral pretendida, pois configura-se como a primeira célula na qual se aglomeram germes da vontade coletiva que tendem a se tornar universais e totais no sentido da transformação social a ser conquistada. Neste processo, a vontade coletiva, dirigida pelo partido, atua com a consciência prática da necessidade histórica como protagonista como um drama histórico real e afetivo. O partido político revolucionário moderno (o partido representativo dos interesses da classe operária."
Sendo que o papel do partido é contribuir para a elevação da consciência de classe, superando os marcos dos interesses imediato, economicistas, corporativos, para o nível da visão global da realidade, forjando desta feita, uma vontade coletiva nacional -popular, capaz de hegemonizar um projeto político nacional de construção da sociedade socialista.
Gramsci disse "Criar um nova cultura não significa apenas fazer individualmente descobertas "originais", significa também e, sobretudo, difundir criticamente verdades já descobertas, socializá-las, por assim dizer por assim dizer, e portanto, transformá-las em bases de ações vitais, em elementos de coordenação e de ordem intelectual e moral. O fato de uma multidão de homens seja conduzida a pensar coerentemente e de maneira unitária a realidade presente é um fato filosófico bem mais importante e "original" do que a descoberta, por parte de um gênio filosófico, de uma nova verdade que permaneça como patrimônio de pequenos grupos intelectuais".
O intelectual orgânico é mais que um especialista de algum saber, é um dirigente, um político que reúne acima de tudo a capacidade de unificar o grupo social u partido a que pertence em torno da visão de mundo que lhe é própria visando garantir a ação coletiva e coerente no sentido da transformação da realidade conforme o projeto de poder.
Para todos os comunistas, o partido marxista é uma parte da classe operária, e sua vanguarda consciente. Daí advém que nas suas fileiras não podem ser admitidos todos que o desejam mas o mas melhores representantes do operariado e de outras camadas trabalhadora. O partido não é somente um destacamento de vanguarda, consciente, mas também um destacamento organizado da classe operária. Em outras palavras um partido marxista é uma forma superior da organização da classe . Embora precisam saber que a classe operária tem organizações de diversos tipos, como sindicais, cooperativistas, juvenis etc. E portanto o Partido comunista é sempre a encarnação do vinculo do destacamento de vanguarda da classe operária com milhões de operários e com todos os trabalhadores. Entenda operário como aquele que opera alguma coisa no processo de produção.
O principio dirigente da estrutura orgânica do partido é o centralismo democrático. Tem esse tipo de partido uma democracia interna. e sem o centralismo o partido acaba virando um club de discussão, incapaz de empreender ações conjuntas ativas e sem democracia pode degenerar numa organização burocrática.
Para Gramsci o processo de elaboração critica da filosofia começa a partir da linguagem. ele na sua juventude foi estudante de linguística e história formado pela Universidade de Turim. A diferença entre a filosofia profissional e aquela espontânea entra a filosofia dos doutos e a dos simples. É processada de forma critica e consciente, e a segunda é repleta de contradições e visões conflitantes do mundo.
Essas são apenas algumas das contribuições e visões do mundo dos comunistas em geral, a partir da visão dos estudos da práxis de António Gramsci.e por consequência alguns elementos comuns ao pensar do Socialismo Científico também chamado de Marxismo. Vale ressaltar que no Caderno do Cárceres de Gramsci foram mais de trinta caderno e três mil páginas. Estabelecer a amplitude de todo esse estudos é uma pretensão talvez ainda extremamente complexa para quaisquer trabalhador do mundo, mas em parte sim. E todos os seus textos precisam de uma boa recepção pois enquadram seriamente na critica a realidade capitalista.
Manoel Messias Pereira
professor de história, cronista e poeta
São José do Rio Preto- SP. Brasil.
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