Crônica - Basília Rodrigues e a Operação do Racismo - Manoel Messias Pereira

 


Basília Rodrigues e a Operação do Racismo


No domingo dia 18 de abril de 2021 na Coluna Tendências/Debates da Folha de São Paulo, li com muita atenção o texto da jornalista e analista política da CNN Brasil, Basília Rodrigues, que escreve um texto com o título "Se fosse loira de olhos azuis não encheriam o saco". E esse texto merece uma reflexão social de todos os brasileiros e principalmente da comunidade negra.

E a que é uma profissional que a tempo trabalhou no rádio mas ao estabelecer a imagem na TV de mulher negra, com um visual black power. Ela disse enegreci a TV e a editoria é de politica. E o que ela sabe, as informações são de quem tem a chave do saber sobre a sua negritude, sobre como agem essa sociedade e como o racismo é parte estrutural do sistema politico, social e econômico.

Pois ela  disse  se houvesse um critério tão fácil de seleção sobre quem é racista e quem não é optaríamos, provavelmente em não relacionar com racista.

Porém como creio que o racismo é estrutural politico social e econômico e sabemos que vivemos num pais capitalista. Portanto é um sistema de competição de dominação de um ser humano obre o outro. e neste contexto de exploração. E portanto o racismo é elemento crucial desta dominação, que é parte integrante deste sistema. Se desejas acabar com o racismo precisamos lutar contra o sistema que reflete lucro para a classe burguesa e miséria como salário para  classe trabalhadora. Temos que refutar essa politica que cria desigualdade e um fosso entre pobres e ricos entre negros e branco entre quem reside num condomínio fechado e que esta numa favela ou abandonado morando nas ruas ou sobre as marquises de um viaduto. E junto com o racismo temos o processo de discriminação social e o preconceito, como elemento desta patologia. Desta doença social que é fruto da própria luta de classe que está na sociedade brasileira ou outra qualquer dentro do capitalismo. 

E o racismo nasce sim de uma doutrinação, portanto toda a nossa sociedade foi formatada na politica do branqueamento iniciada com o pensar sociológico provindo da Europa, quando iniciam a ideia da racialidade humana. Uma vez que raça era um elemento trabalhado no contexto dos estudos veterinário. E como dizia Nelson Mandela ninguém nasce racista e doutrina é feita por uma sociedade já contaminada na sua base estrutural,  neste contexto, temos um Judiciário racista, temos um Executivo racista, temos um Legislativo racista, temos uma escola racista, temos um ambiente racista, temos um olhar racista, pois é o olhar da discriminação do vê como é o outro, e não só isso mas como dominar o outro.

Sabemos que há outras formas de dominar pois o sistema capitalista é o sistema da desigualdade de aprofundar as desqualificações sociais. E isso é para que possam manter um domínio entre um ser humano ou um grupo de ser humano sobre os demais. Por isso não há como alar de politicas em tom maior que não passe por essa questão. E que não é um elemento fácil de resolver.

Em relação as leis brasileiras, e sobre as políticas públicas é obvio que elas existem como elemento que é permitido para dar um ar de direito, mas que todo mundo burla. Ou seja se fosse realmente pra valer teríamos um judiciário respeitável e não temos, teríamos uma educação libertária e feita com princípios éticos mas não temos, teríamos um legislativo que não precisaria ganhar bola do presidente como cães esfomeados em relação as propostas de emendas parlamentares, que é uma esculhambação e não teríamos um executivo tão contaminado com racimo, homofobia, sexismo,  e exalta o fascismo e o machismo e tudo de ruim que se apresenta. 

Em relação a mídia o que observamos é isso. O reflexo de uma sociedade doentia socialmente onde todos os preconceitos se encontram, onde o desrespeito existe e é passível inclusive de ferir com palavras , gestos e atitudes como ocorreu com a senhora Basília Rodrigues e se não fosse assim não teria ela escrito na folha de São Paulo eu não teria lido e não teria feito essa reflexão crônica.

O que me permite deixar a minha total solidariedade e um infinito respeito e um abraço fraternal a querida jornalista da CNN-Brasil, Basília Rodrigues, pois entendemos que o racismo é parte do sistema capitalista e que continua alimentando esse apartheid e a desigualdade.


Manoel Messias Pereira.



Professor de história, militante do Coletivo Negro Minervino de Oliveira, cronista e poeta. Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB -São José do Rio Preto- SP, e correspondente de Uberaba-MG.



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