Há 40 anos explodia a Bomba no Rio Centro
Há exatamente quarenta anos que ocorreu a explosão no Rio Centro, local em que estava programado o show dos trabalhadores, por ocasião do dia 1 de maio de 1981. O show estava programado para o dia 30 de abril de 1981 e no palco estava Gonzaguinha quando no estacionamento do evento num carro Puma de placa OT -0279, estava o militar Sargento Guilherme Pereira do Rosário com dois cilindros no colo de bomba explosiva e um cilindro no banco do carona e com a explosão acabou morrendo e ferindo outro militar o capitão Wilson Machado.
No estacionamento estava o corretor de imóvel Mauro Pimentel segundo o Jornal de Fato, que achou estranho movimento naquele carro quando um dos militares disse a ele saia daqui seu filho da puta, e com a explosão e o ferimento do capitão Wilson Machado que teve a neta de Tancredo Neves socorrendo-o. Ela que tinha intenção de assistir ao show e estava sentindo que havia chegado atrasada. Porém o que se fala no jornalismo é que a bomba explodiu antes.
No documentário sobre a Rede Globo e sua posição dominante intitulado cidadão Kane, no período em que fui estudante já havia visto o filme em que a bomba que explodiu estava no colo do militar e na primeira reportagem que foi ao ar, estava outro cilindro ou bomba intacta. Porém a Globo deixou passar vinte anos do ocorrido e fez uma chamada no Jornal como se isto fosse algo inédito. Porém que como eu já tinha assistido achei um teatrinho esdruxulo sem graça e de péssimo mal gosto.
Voltando a cena do crime, o que esses militares desejavam provavelmente era por as bombas no show, traçar uma tragédia e colocar a culpa na esquerda, uma vez que haviam pichado o nome de Val-Palmares, grupo de militantes da luta armada no Brasil. Outra bomba além desta que explodiu no estacionamento foi colocada na mini estação de força e havia também bomba atrás do palco pelo menos é o que traz a imprensa sobre o assunto.
Portanto se não tivesse explodido essa bomba no estacionamento antes de tudo deveria ter ocorrido uma tragédia muito maior. E o cantor Gonzaguinha disse no palco "Pessoas contra a Democracia jogaram bombas lá fora para nos amedrontar."
Um inquérito policial e mais tarde a justiça militar nada apurou, o Serviço Nacional de Informação ou fracassou ou quietou-se calou-se como de fato um serviço de covardes. O que se apurou é que houve falso testemunho do capitão machado por homicídio culposo e desobediência do general de reserva Newton. Cruz e do Coronel Freddie Perdigão. O Tribunal Militar resolveu que esse caso devia ser arquivado.
Há uma informação de que o presidente João Figueiredo quis investigar o caso mas resolveu ficar com os amigos de caserna segundo escreveu o pesquisador Bernardo Pasqualette. Outros dizem que o presidente nada sabiam. Porém o que apurou a Comissão da Verdade era que um mês antes os generais presidente João Figueiredo e Danilo Venturim já sabia do trama de fazer uma tragédia no show dos trabalhadores.
Porém o que entendemos que o Estado Brasileiro guardou todos os segredos de suas apurações e até o momento nada se sabe. Até parece aquela outra tragédia feita dentro dos marcos militares que tirou a vida do Genereal Castelo Branco e até hoje não há se quer um trabalho de história nem mesmo dos historiadores do exército contando detalhes deste acidente aéreo ou crime ocorrido nos marcos da legalidade.
Em 2014 quando isto veio para a discussão pública, teve muitos depoimentos e ninguém sabe de nada. A crise de consciência é que o presidente João Figueiredo chegou a empregar a frase "prendo e arrebendo" a quem opuser a investigação. Porém o que foi divulgado é que o General Golbery do Couto e Silva chefe de Gabinete civil estratégico saiu por discordar da falta de apuração.
O caso ocorreu ninguém foi responsabilizado por essa ação insanas e criminosa. As apurações de jornalistas e procuradores leva a ideia d que havia extremistas dentro do governo. Mas como aprendi com a vida o angu é deles o caroço também eles tem que apurar o que fizeram entre eles.
E a conclusão que chegamos é que a ação era de terrorismo do próprio Estado, e isto mostra alta falta de caráter, alta falta de compromisso com a segurança de todo e quaisquer brasileiros e o uso de uma má fé mentindo e mostrando um subversão da ordem por parte do próprio Estado brasileiro, por suas forças de segurança. A história deste episódio já chegou a quarenta anos. E pelo visto o respeito a todos pelo processo democrático ainda apresenta-se numa distancia muito longo para ser devidamente cumprida, com toda a franqueza.
Manoel Messias Pereira
professor de história, cronista
São José do Rio Preto -SP.
Membro da Academia de Letras do Brasil -ALB
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