Crônica - Os aprendizes - Manoel Messias Pereira

 



Os aprendizes


Se somos seres pensantes, somos seres filosóficos que aprendemos a raciocinar e a desdobrar sobre nós mesmo como ser universal. Os nossos pensares se desdobram em ideias e essas em  regras que seguimos enquanto ser humano.

As mesmas ideias se repetem e as ideias e as palavras servem para nos expressarmos. E talvez essa repetição quase religiosa, que nos levam em busca de uma resposta metafísica, antropológica e talvez até dogmática. Sem medo de usar essas palavras.

Não temos que ter o medo de pensar, não temos que ter o medo de falar, como escreveu o filósofo marxista Adelmo Genro Filho que afirma que os marxistas adotam a tática do relógio parado, que dá a hora certa duas vezes por dia, quando das questões teórica. Ou seja estamos certos em princípio porém todos nós abandonados e renegados, mas mantendo a nossa ortodoxia, com o primado da luta de classe e a própria luta pela revolução. E como ele afirma estamos todos nós esperando uma recompensa histórica por nossa fidelidade e perdoando os nossos erros num misto de auto complacência  e auto suficiência. E respondendo as indagações diabólicas do processo histórico.

Nosso pensar nossa repetição é o nosso porto seguro, não da resolução imediata de nosso tudo ou todo o processo mas sim da compreensão e da certeza de que numa brecha acertamos o golpe definitivo no sistema que vive em plena crise de existência. E que sobrevivemos revirando, mentindo utilizando fake news, debochando do nossos olhares de reprovações.

E nós em todos os momentos buscando transformar seres humanos em seres libertos socialmente, cientificamente, artisticamente esteticamente , misticamente. Pois não basta crer apenas crer mas antes de tudo ver a vida, todas elas, à luz de nossos entendimentos e da nossa razão.

Karl Marx nos ensina que agarrar as coisas pelas raízes, quando as raízes dos seres humanos, e a vida destes próprios seres humanos e suas reais necessidades.

Todos nós somos seres curiosos, e a curiosidade não é um pecado, não é proibido, mas é possível e quem sabe a chave de toda uma transformação. Precisamos saber a curiosidade em si, e se nelas há virtudes ou defeitos.

E merecemos igual carinhos e estudos, tanto e estamos em busca do sonho da liberdade de aprender a aprender e talvez até ensinar quem sabe. Uma coisa já sabemos aprendemos a respeitar os nossos próximos com suas crenças suas estruturas politicas, e para isto mantivemos até então uma grande tolerância, e assim analisamos, discutimos, induzimos, comparamos, perquirimos enfim estamos aqui.

Somente esperando que as intolerâncias se calem se exterminem, que a harmonia possa estabelecer-se  no respeito coletivo, no debate qualificado na fusão da teoria revolucionária com a consciência espontânea, no combate ao sistema capitalista e suas premissas de entranhas de desigualdades decorrente de um acumulação desproporcional e alicerçadas numa assalto social a realidade permanente.

Somos seres que desejam perquirir à razão das coisas, e admitir que esse ato profano e tão sagrado tão singular e plural, que cada ser sente-se parte de um coletivo da humanidade e nos buscamos o  fundo de belezas, num Ifá na simpatia que aproxima-se um ser para o outro. Na busca amorosa. E na ação objetiva sobre toda a natureza, na procriação de vidas,  na fecundação, e multiplicação de líquidos e gases, de minérios e fluídos e nada pode furtarmo-nos a esse poder animador da existência. E certos de nossos limites propostos. E isto para mim é a aproximação do que acredito ser muito além de um simples ensaio mas um aprendizado.


Manoel Messias Pereira

cronista

São José do Rio Preto- SP





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