Crônica - A juventude e a nosso amadurecimento - Manoel Messias Pereira

 



A juventude e o nosso amadurecimento


A nossa juventude é sempre acompanhada de sonhos, de ideais, um olhar sobre o mundo, que tenta fugir das velhas visões conhecidas, como se fossemos descobrir, descortinar a realidade com nossos retalhos de esperanças.

Passei quase a vida inteira observando uma lousa, um giz, interpretando uma história, e tendo a minha frente uma série de series humanos de todas as idades, matrizes, politicas, religiosas, pensares ideológicos, gostos e costumes diferentes. E sempre entendi isto como uma diversidade.

E sempre imaginei que assim como eu que fui criança, que foi jovens, que apresentei diante de outros jovens, que fiz história, que influenciei, outros seres humanos, dali sairia outros seres com os mesmo propósitos.

As  minhas perspectivas eram crescer no meu conhecimento, e ajudar no máximo ao meu próximo. Não sei se consegui fazer isto. Pensei em reivindicar espaços para que pudesse fazer do meu próximo o ser humano como o super homem do futuro.

O sonho não era ter a criptonita nas mãos e ter um Claker, para voar pelo espaço. Mas que todos pudessem voar no seu conhecimento de causas, nas suas espetaculares organizações de conhecimento. E entendia que todos precisavam conhecer a sua gêneses. E compreender que o mundo é feito de seres humanos e de toda a natureza. e que cada um de nós somos frutos desta natureza.

E sem querer recordo que um jovem russo chamado Lev Semyonvich Vygostsky, nascido em 17 de novembro de 1896 e falecido em 11 de junho de 1934, portanto muito jovem, ou seja aos 38 anos e neste pouco tempo de vida deixou estudos que pessoas  passam cinquenta ou mais anos debruçados sobre os seus apontamentos em psicologia. E sei que todos falam que a sua principal obra foi o trabalho que envolve o estudo dos comportamentos dos bebês e das crianças., como a aquisição da linguagem e a importância  de apontar a sala anterior. O que entendo é como a criança faz para comunicar-se com a mãe.

Outra coisa que nós podemos perceber foi a evolução de seu pensar, pois no começo de sua carreira ele concentrava-se sobre a chamada psicologia instrumental e até chegou a escrever sobre o reducionismo e o mecanismo inspirado nos estudos de Pavlov com a sua teoria da atividade nervosa e em Vladimir Bekehllev e seus seguidores da reflexologia. E somente mais tarde com o seu período holístico na metade dos anos 30 do século vinte rejeitar essas visões reducionistas.

E foi próximo de sua morte que ele estudava a adolescência. A história de Vigotsky também é interessante pois ele entra na Faculdade de Medicina e de repente vai estudar Direito. E vai no entanto começar a destacar num estudo com crianças portadoras de disfunções mentais e escrever sobre os desvios  do cérebro humano.

E suas pesquisas surpreendiam e atraiam sábios do mundo, fazendo ganhar um projeção como psicólogo e somente após isto volta para a medicina. E ai foi convidado pelo governo russo para dirigir o Departamento de Psicologia e lá ficou até a tuberculose levá-lo.

Outro momento jamais sei por que ele foi fazer o direito, e em que essa formação lhe ajudou? São perguntas que poucos estudiosos talvez faça. Mas eu também não estudei a fundo esse autor  apenas li algumas lições na minha formação de professor. Um ponto interessante é que ele pesquisava a criança com a deficiência e a criança sem deficiência e afastava a ideia de uma imaturidade e acreditava que o ser em formação ficava numa sala de espera para a aprendizagem superando depois. Vigostsky via o desenvolvimento de um indivíduo como resultado de um processo sócio histórico e portanto pela mediação feita por outra pessoa. E a ação deste mediador criaria internalizações e assim uma atividade externa deve ser modificada para se tornar uma atividade interna. E isto é aprendizagem.

E essa concepção de Vygostsky analisada à luz dos Pensamentos da Teoria  das Inteligências Múltiplas, mostraria que somente aprendemos quando nossa inteligência interpessoal ajuda na construção de significados portanto estimula a nossa inteligência interpessoal.

E assim sabemos que todos nós aprendemos e essa aprendizagem está em dois níveis um é o desenvolvimento natural e outro é o adquirido, aprendemos com outra pessoa. Porém sabemos que ele partiu jovem, tal qual os poetas de outrora. Encantavam e caminhavam para um além.

E na nossa juventude é que os sonhos, os ideais e um olhar sobre o mundo tenta dissimular, sair das velhas interpretações ou visões da vida, como se fossemos descobrir, descortinar a realidade. Talvez se ele vivesse aos 84 anos como Jean Piaget, as suas mudanças não fosse percebidas rapidamente. Piajet tinha ratos para testar foi membro do Bureau Internacional de Educação membro do Centro de Epistemologia Genética. 

Obviamente que pesquisou muito mais , porem viveu muito mais, teve mais erros teve amores, teve outra vida outros pensares, e talvez não tenha pensado no super homem como eu pensei na minha juventude ou como Vygostsky imaginou. Pois a vida não é da fantasia. E quando a gente amadurece vê tudo como as folhas das árvores que amarelam e varrem o chão no outono. E segue assim em vários outonos até não ter mais nenhum inverno pra chegar.


Manoel Messias Pereira

professor e poeta

São José do Rio Preto- SP. Brasil



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