Há 31 anos do falecimento de Luís Carlos Prestes
O dia 7 de março de 1990, faleceu Luís Carlos Prestes, aos 92 anos aquele que todos os camaradas chamavam de o Cavaleiro de Esperança, cujo o compositor e cantor Taiguara fez uma canção com esse título. E o escritor Jorge Amado o livro com o mesmo título. Ele que nasceu em Porto Alegre de uma família pobre que mudou-se para o Rio de Janeiro, que foi aluno da Escola Militar, que entrou em 1909 e saiu aspirante em 1918, que formou-se em engenharia. que colou grau como bacharel em Ciências Físicas, matemática e engenharia Militar. Que teve o sonho de que o povo tivesse uma visão mais ampla da sociedade e que pudesse levantar contra a oligarquia que governava o país.
Luís Carlos Prestes que deu nome a uma Coluna de tenentes que teve esse propósito. Entendendo que a história dele não é descolada da história do Brasil e que essa coluna foi composta com outras experiências como a Coluna Paulista de 1925. Porém sabemos que a Coluna Prestes foi o ápice do movimento tenentista, o ponto culminante da luta armada da jovem oficialidade do Exército brasileiro.
Uma coluna que percorreu o Brasil e a América Latina, sem perder uma batalha sequer, que enfrentou tropas regulares do Exército, milícias, grupos armados, jagunços, a serviços dos coronéis que temia a vitória dos rebeldes.
Porém o que sabemos foi que Luís Carlos Prestes não conseguiu juntamente com seus homens concretizar o sonho de conscientização politica das massas interiorana, que ficou apática à luta da Coluna para conquistar a liberdade das camadas populares sertanejas.
E em 1927 um grupo de seiscentos homens esgotados e sem apoio, sem munição e armas para prosseguir lutando e consciente do fracasso refugiou na Bolívia. Era o fim da Coluna mas não do tenentismo com disse Caio prado Jr. " No estrangeiro, exilado da Coluna Prestes conservava o ideal revolucionário, dentro do país em grande parte devido a sua ação o seu exemplo, a agitação continuava a fermentar surdamente. E apesar da suspensão temporária de hostilidades abertas, a revolução brasileira marchava a diante."
Em 1927 Luís Carlos Prestes foi procurado por Astrogildo Pereira Secretário do partido Comunista Brasileiro -PCB que convidou para firmar uma aliança entre o proletário revolucionário e as massas populares porém Prestes não aceitou.
Foi para Argentina, lá começou a ter as leituras de Karl Marx de Lenin, lá teve contado com o olhar, marxista-leninista, para entender que o mundo capitalista é de explorados e exploradores, de seres humanos e também de Estado.
Quando da aliança Liberal Getúlio Vargas convidou para assumir a cheia militar e ele recusou. Nesta época vamos lembrar pelos livros escolares regulares que quase não falava nos candidatos operários, mas Washington Luís declara que deveria degolar os candidatos eleitos pelo Bloco Operários e Camponês o BOC. Enquanto agitações populares e articulações dos tenentes inquietavam as grandes oligarquias.
Vale ressaltar que a vida da classe operária em 1930 era desesperadora e perambulava pelas ruas dos grandes centros urbanos centenas de milhares de desempregados. E a maioria provinda do chamado êxodo rural. Problema advindo da crise da lavoura de exportação grada pela redução brusca de salário e o desemprego. E aqueles que estavam empregados aceitavam a redução do trabalho, coma ideia é melhor pingar do que secar. Em São Paulo e Rio de Janeiro massas de seres humanos aglomeravam nas praças, a ponto do interventor de São Paulo o tenente João Alberto pregar a volta de todos para o campo. E dizia o interventor se eles recusarem tenho de "prender e meter o pau". Olha o nível de governo que tínhamos era de torturador e de tratamentos monstruosos com seres humanos que apenas passavam fome e desejavam trabalhar. Um período em que a elite dominante passava a sentir -se ameaçada.
Habilidosamente Getúlio teve de submeter os diferentes grupos sociais ao comando do Estado e inibir a chamada luta de classes através do instrumento do populismo.
O populismo precisa ser entendido como política estatal de controle das classes trabalhadora urbana (operariado, classe média assalariada, pequena burguesia proprietária). Assim tivemos um Estado populista utilizando as tais concessões a classe trabalhadora como atendimento de reivindicações mesmo que somente parcial, fica a esperança e na esperança a espera e assim apazigua os ânimos. E comisso o controle dos sindicatos, por meio do Estado a criação do imposto sindical, a ideia da Leis trabalhistas, com os Ministérios do Trabalho da Industria e do Comércio. a ideia da propaganda como instrumento de Estado, a escola e a criação do dia da raça promovido pelo departamento de Propaganda e Imprensa a fundação do Instituto nacional do Livro e junto uma censura para aniquilar a criatividade intelectual. E é nesse contexto que em 1935 surge a ANL, a Aliança Nacional Liberal.
Eu recordo de uma análise feita por um critico ou um resenhista na Folha de São Paulo que falava do Livro de Paulo Sergio Pinheiro "Estratégia da Ilusão" e que de forma bastante negativa dizia que aqueles que acreditaram na ilusão do comunismo perdeu de vez com a queda do muro de Berlim. e ainda dizia que o autor que acreditava que de 1922 a 1935 a gênese havia terminado em tragédia, mas para ele os membro do PCB e seus líderes nacionais e internacionais construíram representações da realidade que lhes permitiram imaginar a sua chegada ao poder e que esses caminhos incluíam a ação militar.
E ainda acrescentavam que os comunistas eram pessoas generosas, responsáveis, inteligentes que acreditavam com sinceridade nas suas análises que faziam. e deixam de perceber que a realidade estava distante de sua crença e que as razões de fontes diversas se alimentam reciprocamente as diretrizes internacionais. E essas informações infelizmente foram da própria direção do Partido." É óbvio que falam do Miranda, o dirigente que erroneamente passou dados que trouxeram Luís Carlos Preste e a Olga para o Brasil, com informações fantasiosas.
Portanto a ideia de Luís Carlos vir para o Brasil, acreditando que o país estava pronto para uma revolução socialista, foi sim uma fantasia do dirigente da época. Que houve erros e acertos e evidentes todos são seres humanos. Ou será que esse capitalismo que desgraça todo o dia o povo brasileiro está coberto de razão? Ou será que a fome plantada todos os dias, com mandos e desmando desta elite canalha está coberta de razão? Ou será que essa miséria de pessoas vivendo de forma sub-humana em barracos de plásticos e madeira ou sob escombro de pontes neste capitalismo desenfreados está correto? Ou será que essa comida cheia de veneno que envenena à agua que desgraça o povo que cria o câncer e novas doenças estão corretas e cobertas de razão? Ou será que essa porcaria de elite desgraçada que dá esmola como salário está correta? E esse serviço de segurança pública que hábil em matar mata filho de negro trabalhador nas periferias está correta? Ou essa politica de emburrecimento da escola, da criação do inferno nas unidades escolares estão correto? Se é essa a lógica da razão capitalista ela está em desacordo com o ideal de mundo que defendemos, que é um mundo de plena harmonia e respeito coletivo.
É essa porcaria que o jornal, a televisão cala-se diante do fato como ato falho de uma ação de imprensa covarde e despreparada para a realidade. De um governo que mais parece um esgoto do que uma organização ação pública, que desrespeita seres humanos eleitores que confiaram neles por meios do voto, e eles oferecem um serviço de mediocridade e canalhice explicita, de maus serviços prestados.
Porém eu fico como últimas palavras de Luís Carlos Prestes, e faço aqui meus fragmentos, quando ele fala sobre a "Luta pela Paz" "A verdade é que continua favorável à democracia a correlação de forças sociais no mundo inteiro. A democracia avança como avalanche e não poderá ser assim tão facilmente vencida com a chantagem guerreira da imprensa reacionária ou da diplomacia do dólar ou da bomba atômica. Os povos que mais sofreram sob a dominação nazista tomam seus destinos em suas próprias mãos e vão consolidando governos progressistas democráticos, realmente nacionais e populares." "Os povos do mundo não querem a repetição de calamidades da guerra. Lutam com insistência pelo reforço da Paz e da segurança" "A paz é possível é agora, depois de mil ameaças as chantagens nas conferências de paz, em Paris ou nas Nações Unidas em New York, e mais uma vez a vontade da paz no mundo inteiro é vitoriosa." "Aqui na nossa pátria a luta pela Paz tem o caráter antes de tudo de luta contra a agressividade imperialista, contra o resto do fascismo, pela consolidação da democracia em em defesa da Constituição. Mas essa luta contra a guerra exige cada vez mais um grande e poderoso Partido de Massa. E essa é a nossa grande história e tarefa."
E assim em março enquanto vivíamos uma inflação de 2000% ao ano e o presidente Fernando Collor de Mello assumia o poder e ja anunciava um pacote de medidas que dizia que era para atacar o problema em três frente que era reduzir a quantidade de dinheiro em circulação controlar o déficit público e desindexar a economia, agente seguia o curso da vida e ficava sabendo que Luís Carlos Prestes, o Cavaleiro da Esperança, líder do partido comunista Brasileiro-PCB fechava os olhos, e adormecia solenemente para a eternidade. Deixando quem sabe uma e mais lágrimas de camaradas, que tristes empunham a mão fechadas e com o braço esquerdo gritam. Luís Carlos Prestes, Presente,/. . . Luís Carlos Prestes , Presente, /. . .Luís Carlos Prestes, Presente. E já fazem 31 anos que esse grito eco ainda permanece no Céu. Talvez na esperança de cada um de nós.
Manoel Messias Pereira
professor de história, cronista e poeta
São José do Rio Preto -SP. Brasil
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