Crônica - O protagonismo juvenil - Manoel Messias Pereira

O protagonismo juvenil

Algum tempo atrás, ou seja em 2015, no governo de Geraldo Alkmin no Estado de São Paulo, um grupo de alunos precisou ocupar as escolas, para que essas continuassem a ser escolas. esses jovens ocupantes da escola, sofreram violências físicas e morais, assédios morais e muitas garotas até assédios sexuais de agentes do Estado. E o direito ficou calado. E o slogan dos alunos eram estamos ocupando o que é nosso, a escola é nossa.

Os estudantes responderam a máquina neoliberal, que desejava apenas produzir um choque de gestão e o governador desejava era privatizar as escolas, ou repassar os valores aprovados para uma empresa amiga, que provavelmente num futuro pudesse patrocinar a campanha politica. O Partido do governador ainda está no poder e o projeto dele continua em vigor, embora mudou-se o discurso da reorganização temos a consciência que a escola deva ser um local de mudanças.

 A ação dos alunos mostraram um protagonismos juvenil, o que levou o Estado a começar a olhar para esses alunos com um pouco mais de consideração aparentemente. Junto com os alunos estão os pais. E cabe a informar que a juventude estudantil está sim interessada até em acompanhar, todo o processo de mudança de uma escola.

A escola precisa ter um projeto pedagógico e uma identidade educacional em que apresenta-se o sentido da Escola. E para tanto ela,  escola deva ser por excelência um local em que haja um encontro de direitos, de pais, alunos, funcionários educadores, professores e professoras, gestores e gestoras. num espaço onde haja a instauração de uma base mediadora e articuladora, com um projeto humano de um lado e um projeto politico social de outro, ou seja os projetos sociais dos seres envolvidos com o ensino e a aprendizagem.

E para isto que os professores passam a encontrar-se, para promover o conjunto articulado de propostas e programação, das ações delimitadoras, planejadas, executadas  em função de uma finalidade e é isto que se conversam num planejamento escolar. Porém essa ação precisa ser retomada ao longo do ano letivo e para isso deva contar com a presença dos alunos representados pelos grêmios e pelos pais além de todos os trabalhadores da educação da unidade.

A escola precisa ser humana, e precisa atender aos anseios dos estudantes que desejam aprender a aprender e contam obviamente com o trabalho do professor, da biblioteca, da tecnologia, da lousa  digital do giz e do quadro negro, das condições adequadas para a educação, de instalações bem cuidadas de prédios e instalações elétricas. Pois há escolas hoje com ar condicionado que não pode ligar pois não se tens instalações adequadas para tal.

Essas denuncias partem muitas vezes da classe estudantil, pois o Estado agem muitas vezes com punições, para  o servidor quem de fato, venha denunciar. E geralmente dos alunos maiores. Porém vemos também crianças hoje protagonistas.

Recordo que li uma reportagem de Lucas Vasques, na Revista Sociologia, na página 22 da editora escala e consta que "A sociologia da infância adota uma linha de atuação em que prioriza descobrir o que pensam e desejam as crianças, para procurar responder as principais dúvidas que afetam essa parcela da sociedade". E a reportagem começa dizendo, "Acesso à educação de qualidade, combate a violência doméstica, diminuição da pobreza podem ser colocadas como as necessidades básicas" Mas quando o assunto é infância ele fala da cientista social Anete Abramowicz, cientista social mestre e doutora da em Educação com pós doutorado em Sociologia da Infância na Universidade Paris Descartes na França e professora da UFSCar, ela vai citar o rito de socialização e cultura infantil, e ele diz que viu com tristeza pois a sociologia no Brasil encara os temas da infância como menores. As crianças quando são estudadas aparece como resíduos no interior daquilo que consideram grandes temas, como o mercado de trabalho, a desigualdade social e o fracasso escolar. E neste caso resumindo essa sociologia não vê os sujeitos. O que ela descreve é o funcionamento de um sistema e o sujeito fosse apenas um objeto.

Mas Anete disse que as crianças não são porta vozes políticas, não se representam. Elas não tem creches e espaços públicos, além dos anseios que deveríamos perguntar a elas.

E sobre isso lendo o texto do professor Altino José Martins Filho, um mestre de educação, especialista em História cultural da Educação pela Udesc, mestre pela UFSC, na linha da educação infantil, diz que a ideia de "criança como seres em defict, simples objetos passíveis e meros receptáculos de uma ação de socialização num processo vertical e univoco, conduzidos exclusivamente por adultos, que o ensinam de acordo com definidos e em prol da reprodução social; do brincar, como ação natural e espontânea da criança. E ainda cita Durkheim, que explica educar é inscrever na subjetividade da criança,  nos três elementos da moralidade, o espirito de disciplina (na qual a criança adquire o gosto da vida regular repetitiva, o gosto da obediência a autoridade), o espírito de abnegação ( adquirido o gosto de sacrificar-se aos ideais coletivos) e, autonomia da vontade (sinônimo de submissão esclarecida). Mas isto é para mostrar como os adultos sempre conseguiram manipular as crianças, quando ele afirma que é necessário pensarmos em uma postura com respeito aos modos de expressão das crianças, significando suas manifestações a partir das relações que estabelecem com seus pares. Pois é importante a criança conhecer e integrar valores, normas e condutas da sociedade em que está inseridas, e que reconheça a integração e construção por ela mesma. Em última análise a criança é a ator social no processo educacional.

E quando nós estamos falando de crianças e adolescentes, vemos essas informações daqui do Brasil, mas observamos que no mundo uma adolescente de nome Greta Thumberg, vem tomando atitudes e inclusive participou do Fórum Econômico Mundial em Davos, e acabou deixando muitos representantes de governos desconcertados, principalmente aqueles que ainda tens ética e um pouco de respeito por seus governados. E em relação a outros governantes vimos um certo tratamento degradante social  à jovem adolescentes até com certa grosserias. Esses são os governantes destemperados, sem compromissos sociais e que usa do desrespeito para com o povo, como um certo presidente que lhe chamou de Pirralha ou um secretario que falou para ela ir estudar economia, e voltar para casa e brincar com o cachorro.  Ah mas Greta não estava só com ela estava, Luiza Neubauer, Isabelle A .Excelssion, Loukina Teles e a africana Vanessa Nakate, que teve um episódio que chamou a atenção na foto da Associated Press, Nakate foi cortada. Mas o jornal se desculpou pelo equivoco.

É educacionalmente precisamos é prepara as crianças e os adolescentes para serem protagonistas da mudança de verdade, a educação precisa ser fecundado e todos nós prepararmos o ser humano, educacional, cultural e intelectualmente para a vida. Para ser protagonista da mudança de verdade não essa mentira feita no estado de São Paulo que deseja ter o aluno como robozinho sem cérebro.. E para tanto necessitamos ouvir as crianças e adolescentes. E os governantes precisam entender isto, ou vão continuar com os coices como  de um semovente. E  assim é muito triste.


Manoel Messias Pereira

professor de história, poeta e cronista
São José do Rio Preto- SP. Brasil



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